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Foto do escritorMauro Roberto Martins Junior

O que São Paulo e a Califórnia têm em comum?



Os estados da Califórnia e de São Paulo, guardadas as devidas proporções, possuem muitas coisas em comum.


Primeiramente, são os estados mais ricos de suas nações: em 2002, a Califórnia gerou 13,0% do Produto Interno Bruto americano (2,448 trilhões de dólares) e São Paulo, 30% do brasileiro (1,900 bilhões de reais).


Maior produtora mundial de cana-de-açúcar e álcool, a região de Ribeirão Preto detém um dos maiores índices de qualidade de vida do país – por isso, é conhecida como a “Califórnia Brasileira”.


Ricos, os estados atraem imigrantes e são populosos. São Paulo tem 36 milhões de habitantes, a Califórnia, 35 milhões. Um entre quatro moradores da Califórnia não é americano. São Paulo recebeu, entre 1882 e 1978, 2,5 milhões de imigrantes de 60 etnias.


Cosmopolitas, esses estados são os de maior representatividade homossexual em seus países. São Paulo tem a terceira maior parada gay do mundo (800 mil pessoas em 2003). A maior é a de São Francisco, Califórnia, com 1 milhão de participantes (a segunda é a de Toronto, Canadá).


Atualmente, o crescimento do skate fortalece outro paralelo entre os estados. Criado na Califórnia nos anos 60, o esporte encontrou em São Paulo seu principal público.


Atualmente, assim como a Califórnia nos Estados Unidos, São Paulo é maior centro de skate no Brasil. A capital do estado abriga a maior pista coberta da América Latina e lançou dois campeões mundiais: Sandro Dias (2003) e Carlos de Andrade (2000).


No surfe também não é diferente. Se nos Estados Unidos a Califórnia é o berço e o centro do esporte, em São Paulo também formou dois campeões mundiais: Gabriel Medina (2014) e Adriano de Souza (2015).


Consequentemente, são grandes investidores em tecnologia.


O Vale do Silício californiano, ao redor da Universidade Stanford, é o berço da internet e um dos principais produtores de alta tecnologia do mundo.


Nos arredores da Unicamp (interior de São Paulo), o “Vale do Silício brasileiro” abriga, em 21 municípios, mais de 110 empresas de tecnologia – como IBM, Compaq e Lucent –, responsáveis pelo primeiro chip de computador nacional e por um PIB de 60 bilhões de dólares em 1991 (9% do brasileiro e igual ao do Chile).


Outra região de São Paulo que se assemelha ao Vale do Silício como polo de tecnologia é a região de São José dos Campos, no outro Vale, o Vale do Paraíba.


A cidade conta com grandes instituições como: (i) ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica (maior concorrência do país com 113 candidatos por vaga); (ii) UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo; (iii) DCTA – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (militar); (iv) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; (v) Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento; (vi) Parque Tecnológico de São José dos Campos e, (vii) Parque Tecnológico Univap.


A cidade é referência em pesquisa aeroespacial e o centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) mundial da Johnson & Johnson está instalado numa área com mais de 900 mil km².


Além disso, a cidade é também sede da Embraer, que desde a década de 50 tem colocado o Brasil como um dos mais importantes polos de tecnologia aeroespacial do mundo. Para se ter uma ideia, São José dos Campos é a única cidade no mundo a contar com centros de


No MAB (Memorial Aeroespacial Brasileiro) que pode ser visitado durante a semana e também aos finais de semana, é possível ver diversas tecnologias nacionais, tais como os aviões Bandeirante, Tucano e Supertucano, criados pela Embraer, e também foguetes, mísseis e satélites criados pelos engenheiros brasileiros de São José dos Campos.


Obviamente, ainda estamos longe de ter um ecossistema como o Vale do Silício, ainda mais no que se refere à mentalidade dos empreendedores, mas a verdade é que seria possível criar um ambiente de incentivo ao empreendedorismo inovador e disruptivo, bastando alguns ajustes e bastante incentivo.


Segundo uma pesquisa realizada por Brad Feld em 2017 para o Startup Genome, são necessários cerca de 20 anos para que um ecossistema empreendedor vibrante se desenvolva em uma cidade ou região.


A pesquisa também diz que é importante criar um ecossistema distribuído aplicando o conhecimento e as lições desses lugares, adaptando-os a diferentes contextos locais, investindo recursos escassos eficazmente, criando mais ecossistemas em mais lugares.


Dessa forma, criar conexões é fundamental para o desenvolvimento de ecossistemas e, por essa razão, nossa proposta é fazer essa ponte entre o Vale do Silício e o Brasil, especialmente São Paulo, de forma que o ecossistema brasileiro se desenvolva exponencialmente.


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